A Lista Mundial da Perseguição (LMP) foi criada para direcionar os projetos da Portas Abertas. O departamento de pesquisa, que envolve 400 pessoas direta e indiretamente, foi iniciado em 1991 com apenas um pesquisador: Wybo Nicolai. O objetivo principal de coletar os dados era descobrir onde a missão já atuava e como expandir o socorro aos cristãos perseguidos.

Nicolai criou um questionário simples para avaliar os níveis de perseguição no mundo, levando à publicação da primeira Lista Mundial da Perseguição em janeiro de 1993. “Eu queria desenvolver um método científico e o mais objetivo possível para obter dados concretos sobre o número de cristãos perseguidos e a extensão da perseguição e mapear isso em nível global”, explica o pesquisador.

No entanto, Nicolai se deparou com a complexidade da perseguição. Pois há diferentes tipos de perseguição, como nacionalismo religioso, opressão islâmica e paranoia ditatorial. Além disso, há diversas fontes de perseguição, como oficiais do governo, líderes religiosos e parentes, que atuam na vida privada, familiar, comunitária e nacional.

“Com essa Lista em 1993, as equipes de campo e a liderança puderam avançar. Foi assim que a Nigéria, a Indonésia e a Índia surgiram em nosso mapa. Expandimos nosso trabalho no Irã, no Egito e no Paquistão. Foi só no final da década de 1990 que a ideia de informar nossos parceiros cresceu”, acrescenta Nicolai.

Dessa maneira, foi possível trabalhar para garantir que nenhum cristão enfrentasse perseguição sozinho. Com o apoio dos parceiros em todo mundo, a Portas Abertas deu voz e socorreu os irmãos e irmãs perseguidos em suas diversas necessidades. Além disso, a igreja global entendeu por quais motivos orar.

Como eram coletados os dados para fazer a Lista Mundial da Perseguição?

Em uma época sem internet, o fax era um grande aliado do departamento de pesquisa. Documentos e questionários eram enviados para as equipes de campo e depois retornavam preenchidos, para que os pesquisadores juntassem e analisassem os dados. 

Em países onde o governo persegue os cristãos, os meios de correspondência entre os cristãos precisam estar fora do alcance das autoridades. Hoje, é possível fazer esse trabalho de coleta de dados pela internet.

Como a LMP tornou-se autoridade em assuntos relacionados à perseguição aos cristãos?

Assim que a LMP passou a ser divulgada, houve questionamentos sobre a metodologia e a confiabilidade dos dados por diversos veículos de imprensa. Em 2012, os questionários passaram a ser muito mais detalhados e a metodologia tornou-se ainda mais transparente. Esses refinamentos fizeram com que a pesquisa se tornasse oficial.

Desde 2014, a pesquisa da LMP é auditada pelo Instituto Internacional pela Liberdade Religiosa (International Institute for Religious Freedom - IIRF). Esse instituto foi fundado em 2007 com a missão de promover a liberdade religiosa para todas as crenças com uma perspectiva acadêmica.

Quais as lições aprendidas com a Igreja Perseguida nos 30 anos da LMP? 

Para Frans Veerman, o diretor executivo da LMP, a lição principal está em 1Coríntios 12.26, que diz: “Quando um membro sofre, todos os outros sofrem com ele; quando um membro é honrado, todos os outros se alegram com ele”. Outro aprendizado foi que só é possível permanecer firme durante a perseguição quando se está ancorado na Bíblia e em oração. 

E por último, mas não menos importante, é ser corajoso. “É especialmente a igreja que está ativa na pregação do evangelho que sofre perseguição, mas também tem aquela que cresce contra todas as probabilidades”, conclui Veerman. 

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